O blog começou em 2009 com o registro de uma vida de Au Pair e se tornou referência para outras pessoas viverem a mesma experiência. O blog me trouxe novos amigos e uma série de acontecimentos que dão orgulho demais. Hoje temos aqui um resumo de textos aleatórios sobre qualquer assunto. Boa leitura!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

As galinhas e os galos

Não pensem que com esse título é pra falar mal de alguém ou então criar um grau de afinidade com estas aves. Deus que me livre. Dessa vez quero falar sobre a solidão, o amor aos animais e a humildade.

No fim de semana de Carnaval estávamos no interior e fomos visitar minha prima Magali, pessoa muitíssimo querida e importante nas nossas vidas por ajudar sempre, por não negar nunca um braço estendido, uma palavra bem dita. Se conselho fosse bom, a gente vendia? Então ela devia vender, pois funcionam.. rs! É uma pessoa de coração extraordinário, que dentro da sua simplicidade conquista quem a conhece e é óbvio que me conquistou. Ninguém nunca cruza seu caminho à toa. É uma missão aprender a lidar com tal personalidade, com tal comportamento alheio. Aprender e ensinar, e vice-versa.

Desde pequena acompanho a vida dessa lindona. Brincava sempre com seu filho, meu primo predileto pela simplicidade e pelo carinho, o Gê. Vivia na sua casa e ela na casa da minha mãe ou da minha avó. Depois que vim pra São Paulo, o contato não diminuiu, parece realmente ter aumentado. Com cada decisão tomada pra nossa família, ela sempre ajudou, sempre. A Maga, como a costumamos chamar, sempre sorridente ajuda sem hesitar.
Não sei direito como terminou seu casamento, se é que se casou, mas isso não importa. Quero comentar no quesito solidão que a Maga sempre foi mãe e pai do Gê. Lutou, se esforçou no que podia pra cuidar e criá-lo com muito amor, sem deixar faltar nada pra ele. É claro que depois que os filhos crescem eles ficam meio revoltadinhos, se acham o dono do mundo, e fazem sempre as mães sofrerem em algum momento. O Gê teve essa fase. Eles discutiam muito e vira e mexe via a Maga chorando pra minha mãe ou irmãs por um desentendimento, e ele também. Hoje eles são maduros o bastante pra entender que nada substitui o amor e que um deve acompanhar a felicidade do outro, e não bloqueá-la.

Ela é professora, então sempre adorei conversar com ela. Conversamos sobre lições, sobre as crianças desobedientes, sobre inúmeros assuntos, até mesmo sobre amizade, amor e a vida profissional. Ela fala pra caramba e eu falo o dobro. Já dá pra entender né? rs. Cada vez era um assunto novo, inacabável.

A Maga é surpreendente. Ela devia apresentar programa de televisão pra falar sobre suas experiências de vida, sobre seus conselhos, e sobre sua força que sempre teve. Talvez não. Melhor que ela não se exponha e continue exclusiva só pra gente... rs!
Neste dia que fomos visitá-la, começamos a falar sobre as galinhas e galos que ela cria. Ela disse que cria as aves desde quando são pequenininhas, quando ainda são pintinhos, mas que quando eles crescem ela tem dó de matar. Comentei que era pra ela dar pra minha mãe, que minha mãe mata sem dó.. rs! Daí ela comentou que quando matam uma ave dela, ela logo fica triste, parece que tiraram um pedaço dela. Ouvindo isso, disse pra ela matar a galinha e colocar no freezer com um etiqueta “Marilu. Nasceu em 2007, faleceu em 2009” ou do tipo “Aqui jaz Marilu”, assim ela não ficaria longe das aves... rs! É lógico que foi uma piada idiota pra descontrair, mas o carinho dela pelas aves é tanto que disse que tava criando galos que nem sabe de onde veio. Tinha um que parecia até ter síndrome de down de tão torto que andava. No interior, normalmente as pessoas criam as aves pra comer, ela cria pra ter companhia e ter amor pra compartilhar. É engraçado, mas faz um bem danado pra ela cuidar dos bichinhos. Agora ela vai ter que se livrar das aves. A polícia que cuida dos animais (não lembro o nome agora) proíbe todo e qualquer tipo de animal preso em gaiolas, jaulas, sei lá o que no quintal de casa. A Maga já fez uma cara triste só de saber disso.
Tá vendo? Enquanto tem gente que nem sequer se preocupa com o próximo, a Maga se preocupa com o próximo e com os animais também. Tive que falar dela, porque é um exemplo na minha vida também. Exemplo de humildade, de perseverança, de carinho, de diálogo que quero levar comigo nessa nova fase. Tudo bem que não vou pros EUA pra fazer carinho em galinhas ou galos, mas que o coração vai bem aberto pra cuidar e zelar pelo o que tenho que zelar, assim vai.

Obrigada Maga, e continue nesse mundo só espalhando sabedoria e todo esse carinho. Nada e nem ninguém pode te tirar esse mérito.

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