O blog começou em 2009 com o registro de uma vida de Au Pair e se tornou referência para outras pessoas viverem a mesma experiência. O blog me trouxe novos amigos e uma série de acontecimentos que dão orgulho demais. Hoje temos aqui um resumo de textos aleatórios sobre qualquer assunto. Boa leitura!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Bye bye 2011


Fim de ano é sempre a mesma coisa. Natal em família, Ano Novo cheio de expectativas, mas o que quero mesmo é agradecer por esse ano de 2011. Os dois últimos finais de ano estava ausente por ainda morar no Estados Unidos, mas tive momentos inesquecíveis e não tem como negar isso. Agora tem mais graça assistir "Esqueceram de mim" no Natal rs. Ah se New York falasse... tantas coisas boas. Enfim, esse ano de 2011 foi metade Estados Unidos e metade Brasil. Confesso que até me surpreendi com o que já consegui fazer no Brasil depois de voltar. Algumas meninas reclamavam do fato de não conseguir emprego, de não se adaptar ao Brasil, etc. Realmente o retorno não foi nada fácil para se adaptar com o trânsito, com a falta de educação das pessoas, com o sistema público de transporte, com uma série de coisas, mas isso não era novidade pra mim. Eu não voltei pro Brasil esperando milhões de evoluções, mas voltei porque parte de mim estava aqui. Minha família, meus amigos. Era isso que precisava pra ter forças e prosseguir. O ano de 2011 foi de vitórias, de sucesso, de muita paz na minha vida. Consegui trabalhar assim que voltei pra São Paulo, organizei a minha vida profissional e mergulhei na questão de morar sozinha. Agora já encerro o ano morando sozinha, empregada e super feliz com tudo que tem me acontecido. Graças à minha família consegui me adaptar ao Brasil, e focar ainda mais nos meus objetivos. 

A adaptação é questão de ponto de vista. Se você está parado esperando o mundo girar e tudo te favorecer, lamento, mas não é bem assim que funciona. Você precisa se mover baby. E mesmo que seja devagar, as coisas se acertam. É preciso ser positivo, pensar positivo sempre. 






Foi esse ano também que ganhei um presente chamado Julia. Uma felicidade incontrolável com esse pedacinho de gente, com essa coisa gostosa. Agora ela vai completar um ano e está a coisa mais fofa do mundo. Sim, eu sou uma tia-avó coruja, babona. Enchi minha geladeira de fotos dela. Pelo menos se tiver que ficar pensando, penso com a geladeira fechada hahaha... (pensamento mão de vaca rs) A Julia veio pra alegrar essa família e trazer muito amor. Se o ano já começou com ela nascendo, não poderia terminar de forma ruim né não? =) Fim de ano vai ser perfeito! 



Gente, feliz Natal e um Ano Novo repleto de muitaaaaa, mas muita energia positiva. 
Não deixem de sonhar nunca, nunca mesmo e acredite: a sua família é a chave pra qualquer sucesso, e se você não valorizar, um dia você vai se arrepender. Muito amor! 
Queria compartilhar um pouco da minha felicidade e dizer MUITO OBRIGADO por tudo papai do céu, principalmente por colocar no meu caminho pessoas dignas de um abraço apertado e de caráter fundamental. 

Um beijo! =) 


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A criatividade do Hortifruti

Apaixonada por criatividade e publicidade bem feita, não podia deixar de divulgar essas imagens do Hortifruti. Um viral que deu certo, é divertido e muito bem feito. Além disso, me lembrou quando fizemos os pôsters da campanha do Cinemark com a agência Ícone. Muito bacana! 














segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Tommy Glenn Carmichael - O golpe em Las Vegas

Tommy Glenn Carmichael foi o cara que deu o maior golpe nas máquinas de moedas de Las Vegas. Assistindo TV um dia desses, encontrei a biografia dele sendo comentada e achei demais um cara conseguir enganar Vegas por tanto tempo, conseguir enganar a polícia americana. Primeiro Carmichael desenvolveu um esquema para driblar as máquinas que eram feitas com funil, ou seja, era só usar uma ferramenta criada por ele que travava o funil e todas as moedas caíam. Com o passar do tempo, modernizaram as máquinas e desenvolveram um sistema digital e de leitor óptico para que as moedas pudessem cair só quando esse sistema realmente fosse ativado. A ferramenta de Carmichael não servia mais, pois a máquina de moedas não dependia de uma trava e sim de um sensor. Ele não sossegou e investiu na criação de algo que pudesse burlar a segurança. Tommy desenvolveu uma varinha de luz que ao enconstar na saída das moedas, enganava o que os engenheiros levaram meses pra desenvolver. As moedas voltaram a cair e ele estava com a vida feita. Para continuar em ação ele não podia agir sozinho, então tinha uma mulher (garota de programa na época) que virou parceira fiel e prosseguiu no crime. Os dois frequentavam os cassinos de Vegas e conseguiam em torno de 5 mil dólares por dia em moedas. Enquanto Tommy usava a varinha mágica de luz para pegar o dinheiro, a mulher enganava os seguranças e distraía quem estivesse por perto. Não consegui encontrar vídeos deles em inglês e nem em português, só em espanhol. Pra quem interessar, segue um dos vídeos no final do post. Ele conseguiu ter vida de poderoso chefão por alguns anos. Carro importado, mansão em Vegas e roubando na cara dura, sempre. Aos poucos a ferramenta de Tommy se multiplicou e a polícia entrou em ação. O FBI, polícia de Atlantic City, em New Jersey, entrou com toda a força atrás dele e de pouco em pouco foi descobrindo toda a armação. Ele acabou preso, e por toda a inteligência aplicada, acabou virando lenda em Las Vegas. Ahhhh se eu tivesse uma varinha dessa quando fui pra Vegas rsrs... e depois o povo diz que é sorte haha... Fica a história de um dos caras que adorei estudar sobre. Tommy Glenn Carmichael, sou sua fã rs. Ele é muito do tipo "Prenda-me se for capaz". Dá-lhe Leonardo di Caprio. Bjos. 



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Em quase 3 meses, o mesmo sentimento!

Sabe quando você sente que está tudo errado? Está. Morar dois anos fora não é esperar que as pessoas que ficaram no Brasil parem no tempo e esperem. Era só uma questão de entendimento, de amor, atenção. Com o tempo, com a distância essas coisas acabam e agora de volta, tanto coisa mudou, tanta coisa aconteceu que a sensação é de ser um peixe fora d’água. Mesmo com um emprego bacana, fazendo coisas que eu gosto, curtindo os amigos, o Brasil não é suficiente pra ser feliz. O Brasil que eu deixei em junho de 2009 não é o Brasil que encontrei agora em 2011. Evolução? Mudanças? Conformismo? Sei lá o que está acontecendo, mas tem muita coisa errada. As coisas não batem, minha cabeça fica no mundo da lua, os sentimentos se transformam e a vontade é só de ficar de olhos fechados e esperar o tempo passar. Quem sabe quando abrir os olhos, o dia fica mais lindo, o sol brilha mais forte? O que aconteceu com aquela saudade toda das pessoas? Por que as pessoas mudam? Por que os sentimentos se tornam pedras? Onde esconderam os abraços? Essa cidade não me faz feliz, o trânsito não me encanta. Agora, mais do que nunca, eu tenho certeza que voltei pra esse lugar só por causa da minha família e dos míseros verdadeiros amigos. Voltei por me cansar de chorar sozinha num quarto escuro, por cansar de brigar com um idioma que não me pertencia, por ter curtido Nova Iorque da melhor forma possível e não encontrar palavras suficientes pra explicar toda a minha felicidade para a minha família pelo MSN e Skype. Não tenho paciência, não tenho educação pra entender o que encontrei de volta nessa cidade. Falta de amor, de carinho, de educação, qualquer coisa do tipo, mas tem coisa errada. Mesmo dando certo, tem coisa errada. São três meses no Brasil que parecem uma eternidade, e o pior é achar que ter vivido fora todo esse tempo só me ensinou como interpretar as pessoas e entender tamanha falsidade. Não, eu não queria que todo mundo tivesse parado no tempo. Eu só queria que elas tivessem sido verdadeiras e nem ter me machucado nem antes e nem agora. O tempo passa, mas a dor fica. Só queria voltar a ter paz e infelizmente o trânsito de São Paulo não me proporciona isso. Continuemos. Tudo indica que vim até aqui pra evoluir o próximo, porque o meu lado está bem difícil viu?! Maldito signo de Touro. Drama, carência e egoísmo. Continuemos. Se viver é tentar sempre entender as coisas... continuaremos. Que a dor passe e que eu volte a amar de verdade a mim, aos outros e aprenda que é possível amar de novo, e de novo... A cada capote, um salto, um transtorno, uma evolução. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

São Paulo: Tem tanta coisa que falta, que ainda assim falta

São Paulo se tornou uma cidade cara, corrupta, sem-vergonha e sem caráter. Hoje você anda pelas ruas e é muito difícil se sentir seguro. A falta de segurança aterroriza todas as classes sociais. Pobre rouba, mas rico também. Não existe um padrão pra colocar em pauta e dizer que existe gente assim aqui e pronto. São Paulo é uma mistura de tudo com coisa nenhuma, um pouco de muito, um mito, uma lenda. Escolas de todos os tipos, gente de todas as raças, o valor é alto, o custo de vida assombra. Quanto você paga pra viver em São Paulo? Muito? E quando você ganha? Faz sentido pra você? O que antes era barato, hoje está bem caro, absurdamente caro. Você quer ter carro, a gasolina não colabora, o IPVA também  não. O aluguel é alto, a compra nem se fala. O que facilita, complica. Se você compra, mas parcela, te faz escravo de uma série de carnês duradouros e vitalícios. Dura a sua vida, custa a sua vida. Viver em São Paulo não é mais uma questão de prazer, nem de gosto. Quem mora em São Paulo banca o custo de vida que quer, porque tem o emprego que quer, a casa que quer. Aqui você consegue ter acesso aos mais diferentes tipos de imóveis, de carros, mas até quando vamos ser dependentes da falta de tudo que realmente falta nessa cidade? Se pagamos pra morar num lugar "top", cultural, diversificado, por que não ganhamos o equivalente a isso? Por que não temos a segurança por todos os impostos pagos para o governo? Infelizmente somos escravos dos impostos. Você sabia que 80% dos impostos do cigarro vão para o governo? Você sabia que pelo suco de laranja que você paga, a empresa não gastou nem metade daquilo para oferecê-lo? Você já se deu conta de que os R$3,00 reais de condução que você paga toda vez pra ir e vir não te permite conforto algum no transporte público? Já parou pra pensar que já existiu época que as pessoas compravam hot-dog com passe? Já parou pra pensar que nos tornamos dependentes do dinheiro e que mesmo trabalhando, estamos apenas comendo, bebendo, pagando contas e o dinheiro some? O fim do mês chega e seu dinheiro está onde? Você trabalha para os seus benefícios, seus hobbies, claro. Mas até quando o governo, as empresas receberão nosso dinheiro e nos oferecerão mais discernimento, mais educação, mais moral, mais caráter? A educação se tornou algo medíocre e nem sequer esperar alguém sair do metrô, é algo natural. O empurra-empurra, o boca-a-boca, os palavrões, a falta de respeito ainda habita muitos corações e infelizmente, muitos cérebros. Você paga, você investe e o que você ganha em troca? Você ganha limites. Sim, viver em São Paulo é ter uma vida limitada, destinada ao acaso e ao desfavorecimento. Você tem orgulho de morar em São Paulo? Sim, eu tenho, mas sabe o que me faz desencantar da cidade da garoa? Tudo o que falta nessa cidade. A falta de comprometimento, de segurança, de educação, de gente que reeduca o próximo, de gente que vive com um sorriso no rosto, a falta de gente que trabalha e viaja feliz, a falta de gente que não conta moeda pra comprar pão. Infelizmente São Paulo não tem um padrão de vida satisfatório, por mais rico e organizado que você seja. Se aquele menino frágil não te rouba no farol, relaxa... o cara de terno lá em cima faz isso, e faz em dobro.

Beijos.

Marcela.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Projeto Cooperifa - Sérgio Vaz



Conheci o poeta Sérgio Vaz através do projeto do Teatro Mágico antes de viajar para os Estados Unidos. Com o texto "Os miseráveis", ele conquistou boa parte da galera que assistia o show, certeza. Ele é fundador do projeto Cooperifa, que reúne um grupo de pessoas toda quarta-feira no bar do Zé Batidão no bairro Chácara Santana, para participar de um Sarau. Um certo número de pessoas compartilha suas poesias e expressa o que achar necessário. É uma troca de conhecimento, de cultura, literatura e poesia na periferia. O projeto já existe há 10 anos e só vem crescendo com o bem que faz para a comunidade. Sérgio Vaz é exemplo de paz e vocabulário.

Quando estava nos Estados Unidos nos falamos pelo twitter, mandei textos meus pra ele ler. Ontem tive a honra de participar do Sarau com a companhia de uma amiga de muitos anos, a Camila de Jesus, e pude também conversar com o poeta sobre nosso papo quando estava morando fora. Um prazer, uma honra e muita cultura. Se você gosta de poesia, não pode deixar de visitar esse projeto e ajudar a proliferar o conhecimento. São Paulo agradece.

domingo, 28 de agosto de 2011

Furacão Irene - NYC

Você pode falar o que for, mas a natureza já provou de várias formas que tem como se vingar. Não existe nada no mundo que possa controlar a força dos desastres naturais. Dessa vez o Furacão Irene apareceu pra causar estragos, susto e medo nos americanos. Parece que não foi nada demais, mas nós estamos falando de um acidente e quando envolve risco de morte, não pode ser coisa boa. Vôos cancelados, estoque de comida, trem e metrô fechados e mais uma série de precauções foram necessárias. Um caos, e quando se trata de caos, coisa boa não é.  


Com tudo o que veio acontecendo essa semana nos Estados Unidos, minha amiga Amanda Azevedo, que mora nos EUA, escreveu sobre e deixo o texto para que vocês possam entender um pouco do que aconteceu por lá. Não moro mais lá, mas a fonte ainda é das melhores rs. Um beijo! 

(foto: Globo.com)

"O Furacão Irene, após ter atingido o Caribe e chegado às Bahamas com nível 3 (numa escala de 1 a 5) na quarta-feira 25 de Agosto de 2011, com a mesma categoria e intensidade do Katrina que devastou a cidade de New Orleans no estado da Louisiana, é esperado na Costa Leste dos EUA para a sexta-feira.

Autoridades acompanham o trajeto do Furacão e os Estados que serão atingidos por ele, começam a planejar e a tomar as devidas providências para o pior. Dois dias antes do Furacão chegar ao país, as áreas de riscos são evacuadas, como praias, cidade costeiras, áreas abaixo do nível do mar e as mais suscetíveis a alagamentos assim como os hospitais e asilos localizados nas áreas de risco. Transporte público é interrompido, pontes e túneis são fechados. A população se prepara estocando água, comida e indo para lugares seguros. Alguns acham exagero, outros acham necessário. Mas como dizem por aqui: “It’s better to be safe than sorry!” – É melhor ficar a salvo do que se lamentar!

O Furação passa e em algumas áreas causa destruição, alagamentos, queda de energia, derruba árvores, e em outras apenas chuvas fortes e bastante vento, e conforme vai subindo a Costa Leste, quando chega a NY já é classificado como tempestade tropical! Os danos são menores do que o esperado. Houveram algumas mortes nos EUA decorrentes do furacão, 9 pessoas morreram até agora.

Tempestades de verão no Brasil, mais especificamente em São Paulo e Rio de Janeiro. Todos os anos temos a temporada de chuvas, onde em um dia chove o esperado para o mês inteiro. Deslizamentos de terra causando inúmeras mortes e milhares de danos materiais. Famílias perdem tudo o que tem, alguns perdem toda a família.

Quando eu tinha 5 anos, morava em um bairro pobre na Região do ABC em São Paulo, numa área onde aconteciam enchentes. Era o que a minha mãe podia pagar de aluguel e sustentar a gente. Nunca esqueço o dia em que tivemos uma enchente. Nenhuma autoridade veio nos oferecer abrigo, nenhum bombeiro veio nos resgatar, o que salvou a mim e ao meu irmão mais novo foi a minha mãe ter nos colocado no alto da beliche que ela havia acabado de comprar enquanto ela e minha tia tentavam salvar a comida, roupas, ou que desse pra ser salvo. Minha mãe ficou com a água pela cintura! Eu vi a água entrando pelo buraco da fechadura da porta da cozinha!

Só este ano no mês de Janeiro, 916 mortes foram contabilizadas apenas no Estado do Rio de Janeiro decorrentes das fortes chuvas tropicais, sendo que um alerta meteorológico foi emitido dias antes da tragédia ocorrer (ver anexo 1). Muitas vidas teriam sido salvas se as autoridades tivessem tomado medidas preventivas, emitindo ordens de evacuação nas áreas de risco.

O meu propósito com esse texto é apenas uma comparação de atitude, de prevenção e de compromisso com a cidadania. E quando acordei essa manhã e vi que o Furação Irene não arrancou o teto da casa onde eu moro, ou não alagou o porão, não fiquei decepcionada e nem revoltada por ter ficado o fim de semana em casa, fiquei alivida em dizer: Ufa, foi só isso!"


Obs: Se você acha que foi um sustinho de nada, diga isso pra quem perdeu parentes nesse desastre: http://g1.globo.com/furacao-irene/noticia/2011/08/furacao-irene-alaga-ruas-e-causa-destruicao-na-costa-leste-dos-eua.html


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Terminal Sardinha - São Paulo

(foto: SP Trans)

Legal é motorista receber R$1.200 reais, cobrador R$800, sem registro e sem direito nenhum. Aí o cara te trata mal, responde, aguenta grosseria dos outros, fica no trânsito dos infernos o dia todo e a gente quer que eles sorriam. Não tem ônibus suficiente e os caras tem que cumprir 57751731487384718 horas pra poder dar conta do recado e ainda fazer valer à pena o salário. Fora que são eles que aturam a porcaria das músicas em volume alto. Bacana, acho demais essa simetria de direitos. O transporte público não é feito de Lego senhor governo, e nós não somos pecinhas de montar e desmontar apesar de sairmos inteiros e voltarmos quebrados todo dia, portanto deve haver uma forma de melhorar isso, seja pro povo, seja para os funcionários das companhias de ônibus, não acha não? Mais ônibus rodando, mais emprego, menos desprezo e mais cidadania. Ah gente, o transporte público (ônibus) de São Paulo é uma vergonha e nem é tão difícil assim de resolver. As empresas ganham rios de dinheiro e o governo também. R$3 reais pra eles por cabeça é como comprar um boi todo dia, porque sinceramente, a sensação de pegar ônibus em SP é de ir direto pro abate. Copia se quiser, divulga se tiver vontade. Eu não tô fazendo corrente nenhuma, tô falando a verdade mesmo e espalhando o quão vergonhoso é depender de ônibus numa cidade como São Paulo. (Marcela Rios)

domingo, 31 de julho de 2011

Enquanto isso no Brasil...

De volta pro Brasil, cabeça a mil, muita coisa acontecendo. Ainda bem que são coisas boas. Desde que voltei só tenho que agradecer por tudo dar certo na minha vida. Quando fui morar fora e decidi viver uma cultura diferente, estudar e afins, fui consciente de tudo que poderia me acontecer, e uma coisa eu tinha em mente... que quando voltasse meu objetivo seria extremamente profissional. E assim está sendo. 

Quando você fica muito tempo fora, claro que dá um pouco de medo, você fica com vergonha dos erros de português, do ônibus que você espera e nem passa mais, do amigo que você visita e ele nem mora mais lá, do bar que você costumava ir e não funciona mais, e por outros motivos. Coloque uma coisa na cabeça: você ficou DOIS ANOS FORA. Dois anos não são dois dias, não são duas semanas, é tempo pra caramba e que como qualquer outra fase da sua vida, voa. O tempo voa. Nova Iorque é tudo de bom, é lindo, é top, é turístico, é. É tudo isso e muito mais, mas venhamos e convenhamos que estar perto da família é um preço impagável. O meu português enfraqueceu, o meu conhecimento por São Paulo diminuiu de certa forma, mas acordar e saber que é a sua cama, a sua casa, a sua família que está por perto não tem preço. Rever os amigos, tomar um suco de laranja natural, comer feijão feito na panela de pressão, comer brigadeiro de panela, tomar cerveja grande, rir alto na rua e cantar as músicas mais bregas quando anda de ônibus não se compara. O Brasil é cheio de defeitos, mas o vínculo com o país é forte e minha família está aqui. Talvez se eu não tivesse ninguém me esperando aqui, eu não voltaria. Digamos que o afetivo conta muito quando você fica fora. 

Não me apeguei muito aos bares e baladas quando cheguei. Tudo o que eu queria era passar um tempo com a minha família e amigos e matar a saudade. O segundo objetivo era arrumar um emprego e  não ter tempo pra pensar na vida e na saudade do Brazen Fox e da Times Square e do abraço do Ian e da Bec. Pois então, me organizei meses antes de vir e cheguei trabalhando na Brasil Brokers, e essa semana fui contratada pelo CNA. São dois empregos, uma vida social que vai ficar um pouco de lado, mas o profissional conta muito agora. Já curti, já fiz tudo que tinha direito, agora é hora de colocar os pés no chão e aproveitar o retorno do que plantei nos EUA. Ainda existe uma confusão na minha cabeça e o inglês fica aparecendo direto nas conversas, mas pensando bem, isso é ótimo. O conflito dos idiomas acaba virando piada, tirando como exemplo as gírias que comecei a levar ao pé da letra rs. É cada uma. 

Minha carpa na perna significa "tenho objetivos a seguir sempre" e assim vai ser a minha vida inteira. É meu lema. Meu objetivo nesse momento é me estabelecer profissionalmente, ganhar dinheiro e ser feliz perto dos meus amigos de verdade e da minha família. 

Ainda conto pra vocês as coisas que encontrei nesse Brasil e que me matam de rir. Num outro post talvez. 

E aos que morriam de saudades e de ansiedade, só pra avisar, eu ainda moro no mesmo lugar. Vai dizer que a distância é um problema agora? Se era só lorota, o tempo vai dizer. Uma boa amizade sempre precisa de um bom filtro. Ainda há tempo pra uma boa cervejada.

Super beijo! 

domingo, 24 de julho de 2011

De volta pro Brasil

Dois anos longe do país e consequentemente longe de todos os amigos e família parece tarefa fácil quando você diz que morou em Nova York, mas não é bem por aí. Foram muitos momentos de alegria, de viagens, de descobertas, de coisas ótimas, mas a solidão fez companhia muitas vezes. Agora de volta pro Brasil a primeira sensação é que não estarei sozinha mais. Por um lado faz sentido, mas por outro todos os amigos tomaram um rumo na vida enquanto estava fora o que me deixa um pouco confusa. Mesmo com os amigos seguindo suas vidas, nada se compara em ter eles a alguns bairros de distância do que um continente. Voltar é sensação de dever cumprido, de objetivo concluído com sucesso. Voltar pro Brasil não é um bicho de sete cabeças. Foi o país onde nasci e vivi e o melhor é que todos falam a minha língua. Achava que seria bem mais difícil, mas sinto que tudo o que vivi nos Estados Unidos foi um sonho e agora caí da cama, acordei e é hora de viver a realidade. São Paulo continua sendo São Paulo com muito trânsito e muita gente. Já consegui um emprego, e já sinto que as coisas estão dando certo. O medo de voltar é normal, mas tanto o Brasil quanto o mundo precisam de mais pessoas com essa força que nós, Au Pairs, mochileiros, intercambistas, estudantes, temos. Viajar é aprender e voltar é viver mais ainda e ensinar tudo o que aprendi em parcelas. A cada reencontro é uma história. Deu tudo certo e me sinto extremamente feliz.

Tive muito estresse com o vôo escolhido pela a agência Au Pair in America. A empresa LAN Airlines informou peso e valor errado no site e no 0800 para embarcar pro Brasil, o que fez com que eu e a Tássia, a amiga que voltava comigo, ir para o aeroporto com 9 malas de 32kg, sendo que as duas primeiras seriam sim
32kg, mas as outras seriam 23kg. Devido a informação errada pagamos um absurdo por excesso. E o problema estava só começando com essa companhia aérea. O vôo atrasou 2 horas em NYC, o que nos faria perder a conexão no Chile. A empresa LAN Airlines cobra bagagem por rota, portanto pagamos para despachar para o Chile e do Chile para o Brasil o que deixou ainda mais caro as malas. Além de tudo isso, ainda fui obrigada a despachar uma mala de mão, porque contaram minha mochila como mala e não como item pessoal. Briguei mesmo, discuti, mas a empresa fez com que pagássemos a mais para embarcar ou as malas ficariam no aeroporto.
Quando chegamos no Chile, no balcão da LAN disseram que nossa conexão estava atrasada e que sairia em 10 minutos, então corremos, corremos e corremos e ao chegar no portão de embarque disseram que no tal dos 10 minutos ditos anteriores eles passariam informações sobre o vôo, ou seja, nem lá o avião tava e disseram pra gente ir logo. O avião chegou, demorou e decolou. Agora a melhor parte da palhaçada dessa companhia foi ao chegar no Brasil. Lembra do barraco que dei em NYC e que pagamos um absurdo nas malas? Então, não adiantou porcaria nenhuma pra que eles tivessem mais responsabilidade. Chegamos no Brasil, e nossas malas não. Esperamos todo mundo pegar a bagagem e as nossas malas não estavam no Brasil. Fomos reclamar e as malas estavam no Chile. Me fala se tem organização e responsabilidade uma empresa que só nos causou transtorno? As malas demoraram um dia pra ser entregue na minha casa. Pode ter certeza que a LAN eu não indico pra ninguém. Viajei pra tudo quanto é canto, peguei mais de 20 vôos e nunca nenhuma companhia foi tão irresponsável e incoerente como essa. Um Lixo Airlines, isso sim.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

New Orleans, LA








New Orleans não era uma cidade que tinha como objetivo e muito menos interesse em conhecer quando cheguei nos Estados Unidos, porém muitas pessoas começaram a comentar sobre o Carnaval que acontece lá, sobre o clima mega animado, enfim, uma série de fatores. Como visitamos Miami e depois o destino seria o Grand Canyon, decidimos parar no meio do caminho e conhecer a cidade de New Orleans que fica no estado de Louisiana.

A cidade realmente te oferece liberdade comparando com as regras da maioria dos outros estados. Se em New York você não pode beber nas ruas, em New Orleans você pode. Se você não podia fumar nos bares, em New Orleans você pode. New Orleans poderia ser definida como a cidade do "pode tudo", mas nem tudo é mil maravilhas por lá e já te conto o porquê. No primeiro dia fomos visitar uma das principais ruas, cheias de bares, de profissionais do sexo nas casas noturnas, de tudo quanto é tipo de coisa que você possa imaginar. Logo no começo da rua uma galera curtia um grupo tocando jazz. Jazz é uma das características de New Orleans e em todo lugar você pode ouvir tomando cerveja ou só de andar pelas ruas. Na Bourboun Street que a rua que comentei sobre os bares e casas noturnas, paramos pra tomar uma cerveja e comer um hamburguer e ouvir música ao vivo, até aí tudo bem. Quando chegou a conta, $40 dólares. Pois é, $40 dólares por um lanche e uma cerveja. Não tinha no cardápio o lanche e então não tínhamos como discutir o preço. No dia seguinte fizemos um tour pela cidade e uma das guias que conversamos disse que a Bourboun St não é confiável pra nada. Os bares aplicam golpes nos turistas sem ter os valores nos cardápios, cigarros são vendidos velhos e por preço menor e sem taxa, a rua é coberta de golpes e se você visita New Orleans pela primeira vez preste muita atenção em tudo.

Um dos principais bairros é o French Quarter de onde vem boa parte histórica da cidade. Na praça Jackson Square fica a St. Louis Cathedral, a catedral que me apaixonei. Linda, linda, linda e a mais antiga da cidade. Neste mesmo bairro você encontra lojinhas, feirinha de tudo quanto é coisa, entre outros estabelecimentos bem famosos como o Café du Monde. O bairro é uma graça e a arquitetura das casas surpreende.

New Orleans é a cidade onde aconteceu o furacão Katrina há alguns anos atrás e nós fomos visitar a parte atingida. Muitas casas e estabelecimentos ainda tem vestígios do desastre. A cidade em si é pobre e ao ver a parte do Katrina é possível ver ainda mais a pobreza do lugar. As casas, hoje em dia, possuem reforços feitos de concreto e muitos moradores abandonaram as casas depois do Katrina. Outros permaneceram por lá, mesmo com as cortinas de plástico ou com a porta reforçada com madeira. É triste imaginar o que essas pessoas sofreram ao perder tudo. E sei lá se é pior ou melhor, mas o Katrina foi premeditado e ficava quem quisesse. A água do Mississipi River dominou boa parte da cidade, e o vento saiu destruindo tudo.

Num geral New Orleans é bem atrativa, mas não é uma cidade com tanta liberdade quanto as outras partes que já conheci nos EUA. Apesar de ter poucas regras, não fique andando sozinho pelas ruas de New Orleans.

Cidade onde Sandra Bullock mora (passamos na casa dela) e onde Ellen DeGeneres nasceu, New Orleans é cheia de surpresas, negativas e positivas. Por falar nisso, a cidade é bem antiga e carrega várias histórias de espíritos, de voodoos, de casas assombradas, etc. Não faltam tours pra isso. Além disso a cidade é cheia de cemitérios e fizemos um tour dentro de um deles. Muita história pra contar sobre eles. Todas essas coisas "diferentes" fazem parte dos souvenirs da cidade. Demais!

Logo mais publico o post sobre o estado do Arizona (visitando pela segunda vez) e a melhor vista de todos os tempos: o Grand Canyon.

- Posted by my iTouch.

domingo, 3 de julho de 2011

Miami, Key West, Hollywood - Florida








Férias em Miami e nada muito surpreendente pra comentar. Miami é uma cidade grande (bem grande) com praias, lojas, outlets e tours. Muitas pessoas disseram que Miami era o máximo, que tem que conhecer e tal. Claro, você tem que conhecer, mas depois da viagem pra Califórnia aprendi a não criar expectativas, pois a TV, os filmes enganam muito. Miami um lugar que sim, você precisa visitar, mas não deposite todas as suas fichas. Você pode se decepcionar. Pra mim deu tudo certo e adorei a viagem, mas vai do seu objetivo aqui.

O Hotel que ficamos ficava na 63th st com a Collins Ave. A localização não era ruim, mas pra ir pra outros lugares era preciso pegar ônibus. A Collins Ave é longa, portanto dependendo da altura que você pegar, se você puder alugar carro, faça. Compensa e te economiza um tempão nos passeios. Digo pra alugar carro também, porque o sistema de transporte em Miami é por "ride" e não por tempo, ou seja, a cada vez que você pega custa $2,00 dólares. Não é como na Califórnia que é por tempo. Pra ir para o aeroporto por exemplo você paga $4 dólares, que são dois ônibus.

Miami Beach, uma das praias mais famosas e que é bem bacana. Tem lojas, restaurantes, nada muito além disso. Mas não se pode deixar de visitar e de tirar a foto no relógio que diz dia, mês e ano. O relógio fica na Ocean Drive, a rua que segue todo o calçadão da praia. Na Ocean Drive tem muitos restaurantes pra comer de frente pra praia. Nas praias que visitei nos Estados Unidos não tem quiosque pra comer peixe frito e tomar caipirinha como temos no Brasil, mas no caso da Ocean Drive achamos um restaurante pra comer frutos do mar que era uma delícia. Você também encontra muitas promoções de drinks como Mojitos. Vale à pena pesquisar.

South Beach é onde a galera curte balada, faz compras e curte a praia também. South Beach é bem parecido com o centro de Miami, exceto pela praia.

Em Bayside foi onde encontramos um shopping center num Pier. Na beira do rio você pode comprar, passear e comer. Almoçamos no Hooters e a vista era perfeita. Fica a dica. Em Bayside eles vendem tours para os parques da Disney e Key West, assim como no centro de Miami. Os tours variam de $49 a $200 dólares. Compramos o tour para Key West, a última cidade da Flórida e que fica antes de Cuba. De Miami para Key West são 3 horas de ônibus e é preciso pegar a ponte de 7 milhas de distância que tem uma vista espetacular. A ponte é bem famosa e é só olhar as fotos que é possível entender. Key West é um pingo no mapa. A ilha possui apenas 4 milhas de comprimento e tem mais de 300 bares. As casas seguem o padrão americano por ser feitas de madeira. A cidade em si parece cinematográfica e os bares tem suas características específicas. Em Key West fica o menor bar do mundo e também tem bares com decorações bem criativas como por exemplo o bar que é coberto por notas de $1 dólar. A sobremesa famosa é a torta de limão. Comi, mas achei muito forte. Se você for passar o dia em Key West indico que compre um tour que te deixe livre pra andar pela cidade como fizemos. Key West tem que ser apreciada e fazer um tour de uma hora não compensa. No nosso caso o transporte estava incluso com guia pra ir e pra andar pela cidade com tempo livre então valeu muito à pena. A melhor notícia sobre a ilha de Key West é a praia. Água transparente e QUENTE. Sabia que existia uma luz no fim do túnel sobre as praias nos EUA. Sempre peguei o mar congelando, mas Key West me deixou super feliz. Se for pra Miami já sabe, dê uma fugidinha para Key West. Nem que seja por um dia, você vai gostar. A ilha fica a 90 milhas de Cuba.

Voltando a falar de Miami, visitamos o centro da cidade e a Outlet Dolphin Mall que fica afastada da cidade. Em downtown tem baladas e fácil acesso pra Bayside também. Nada muito diferente do centro de uma cidade grande. Miami, a cidade, é dividida em Miami, Miami Beach, South Beach, Downtown, Airport Area e outras praias. De Miami Beach fomos para Hollywood Beach, outra cidade, com meu amigo que mora em Miami. A praia fica próxima de Fort Lauderdale, a cidade dos ricos. Cada casa linda, grande, muitas mansões. Pra chegar nessa área é melhor de carro mesmo. Hollywood Beach é uma graça. Muitos coqueiros e restaurantes na beira da praia, além da galera andando de bicicleta. Ótima dica pra quem quer relaxar e dar uma boa caminhada.

Acho que Miami foi a cidade que menos falei inglês nesse tempo todo de EUA. A cidade é CHEIA de gente falando espanhol e de brasileiro. Calor, praia e compras, precisava de mais alguma coisa pra atrair a América do Sul e Central? Juro, todas as pessoas que me pediram ajuda nas lojas falavam espanhol e se eu tentava responder em inglês eles não entendiam. Nos restaurantes, nas lojas, todo mundo inclusive os funcionários falavam espanhol, muitas vezes no primeiro contato, depois mudavam porque percebiam que não entendia direito.

O legal de Miami é ver o povo se acabando de comprar. Muitos brasileiros compram pra revender. Uma camiseta da Oakley no Brasil $90 reais, nos EUA $20 dólares (média de $35 reais). Calça Calvin Klein no Brasil de $120 a $900 reais. Eu paguei $9 dólares (média de $16 reais). Sério, muitas promoções, mas a taxa de importo é de 7,5%, o mesmo de New York. New Jersey ainda ganha na menor taxa.

Agora estou no caminho pra New Orleans. Publico sobre New Orleans quando a viagem terminar.

Dicas de viagem em Miami:

Hotel - Lombardy Inn
63th st com a Collins Ave. Tem Walgreens por perto, café brasileiro que o pastel é ótimo, pizzaria e o ponto de ônibus é na porta do hotel.

MIA (Aeroporto) para a Collins Ave - Ônibus número 150, e desce na 41st. Para subir pegar a linha S. A linha S sobe e desce a Collins Ave inteira.
A linha J também serve do aeroporto até a 41st.

Tour Key West - Transporte ida e volta e trolley com guia com tempo livre na cidade, $100. Comprar no Pier em Bayside.

Clima em Miami agora junho e julho - MUITO calor e abafado.

Outlets - Dolphin Mall e Sawgrass. Ambas afastadas de Miami. Cerca de 40 ou 60 minutos de carro e 2 horas de ônibus saindo da Collins.

Espero ter ajudado! :)


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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Parada Gay em NYC x Parada Gay em SP
















Assim como em São Paulo, aconteceu no domingo a Parada Gay em New York City. É a segunda vez que participo e dessa vez a organização foi um fiasco. Ao invés de fechar uma única avenida e seguir em frente, não. Eles fecharam ruas paralelas e se encontravam na quinta avenida. De repente você andava mais um pouco e as ruas estavam bloqueadas. Os pedestres eram obrigados a dar voltas pra chegar do outro lado da rua.
Tentamos seguir pela Hudson St e chegar num dos bares gls que recebia a galera do evento. Era só seguir reto, mas o bloqueio das ruas nos fez ficar andando em círculos. Muito mal feito.

A Parada, o desfile em si foi bem divertido, e na minha opinião os americanos ainda demonstram interesse pelos assuntos homossexuais como casamento, família, direitos iguais, enfim. E isso você consegue notar no evento através das placas, da divisão dos grupos e etc. Na semana passada o casamento gay foi aprovado em New York City. Você que acompanha o blog, talvez se lembre que elogiei muito o Brasil quando soube da união homoafetiva aprovada antes de NYC. Agora ambos estão um passo à frente.

Infelizmente a Parada Gay, evento voltado para uma luta de direitos iguais, se tornou uma grande festa colorida. No domingo a Parada Gay de São Paulo reuniu cerca de 4 milhões de pessoas e as notícias que li foram "Travestis desfilam na Paulista"; "Menores de idade são flagrados alcoolizados"; "Go-Go Boys se exibem nos trios na Paulista"; entre outros temas. Agora me diz, qual tema foi abordado na Parada Gay de São Paulo? Que tal se a mídia ajudasse um pouco mais ao invés de investir em manchetes pejorativas ou supérfulas? Por quais direitos ou por qual motivo específico o "orgulho gay" dominou a principal avenida de São Paulo? Simplesmente por ser gay? O orgulho de ser gay ou hétero vai além de uma festa grande como essa. Tanta coisa pode ser exposta e discutida. Ano que vem estarei em São Paulo pra poder falar melhor sobre, mas me lembro bem que quando participei o motivo da galera era a festa e ponto.

A Parada em NYC tinha trios (não eram barulhentos como no Brasil, que torna um pouco chato por sinal) dividos por assuntos como:
- Ei, ei, ei minha família é gay.
- Você sabe o que muito gay? Minha família.
- Legalize Gay.
- Africa.
- Casamento de pessoas do mesmo sexo.
- Chase (homenagem dos funcionários do banco).
- Europa
- Atletas Gays
- Boxeadores Gays
- Animadoras de Torcida
- Paz, e muito mais.

Os assuntos foram os mais diversos, não deixando o evento em vão. Em cada bloco era possível definir um objetivo. A organização das ruas foi muito mal elaborada, mas como todo evento coletivo que participo em New York, os americanos estão de parabéns. Sempre participam com intensidade. Sacadas decoradas, bandeiras por todo lado, a cidade era um arco-íris gigante. Se eu voltaria pra Parada aqui em NYC? Não. Talvez pelos objetivos e pelo conceito em si, mas pelo evento num todo, não tenho vontade. Talvez se eles fechassem apenas UMA rua, até faria o sacrifício. Do contrário não, obrigada.

E São Paulo merece meus parabéns pelo policiamento. Se omitiram eu não sei, mas os números foram muito mais favoráveis dessa vez. Menos furtos, roubos, coma alcoólico, menos imprudências. Aos poucos as coisas vão se acertando e quando perceberem que a Parada em SP resulta em cifrão, em turismo, em milhões de visitas na cidade, e isso só traz lucros e mais lucros, a cidade só tem a ganhar. O foco da Parada precisa ser reestabelecido. Já pensou no ano seguinte 5 milhões de pessoas na Paulista lutando por um objetivo e se divertindo? O Brasil pode ser um dos responsáveis de uma das maiores festas do mundo. Os números estão aí pra provar.

Obrigada NYC, mas São Paulo tende a se tornar sucesso absoluto. Só falta uma pitadinha de "direitos, causas e conflitos". Muitas pessoas morrem, brigam, são expulsas, sofrem por ser o que são. Fica aí uma dica pro combate à homofobia do próximo ano. Menos violência... aí sim seria um puta motivo de "orgulho", seja ele de quem for.

Pra fechar o post a frase da caneca torta, no Castro em San Francisco:
"I'm so gay that I can't even drink straight".

Beijo olhapins!





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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Último dia de Au Pair


Último dia de Au Pair. Último dia cuidando dos meus pimpolhos, das crianças que conquistaram meu coração. Não tem como explicar a confusão de sentimento que isso causa. Toda vez que encerro um ciclo, que tenho que me despedir de alguém que amo muito, é preciso ter força. Força tive durante esses dois anos. Uma briga com a cultura, com o idioma, com a comida, com a saudade, com tudo. Agora dizer que isso chegou ao fim pode parecer difícil, mas sinceramente o mais difícil já passou. Tudo o que vivi nesse país só tenho do que me orgulhar. Nada e nem ninguém pode me dizer o contrário. Só cabe a mim todas essas lembranças, essa saudade que vou sentir, viver e compartilhar com quem quiser saber. Foram os dois anos mais surpreendentes, mais angustiantes e mais sinceros da minha vida. Me descobri como nunca, me desafiei, mergulhei numa maré de acontecimentos bons e de acontecimentos ruins. Meus posts normalmente são incentivos para que vocês possam lutar pelos sonhos também e vencer. Como era de se esperar, não decepcionei nem a vocês e nem a mim mesma. Foi complicado ficar sem a família, sem os amigos, sem os lugares que gosto de frequentar no Brasil, mas por outro lado vivi momentos maravilhosos, conheci pessoas do mundo inteiro, viajei por lugares que jamais imaginaria e me descobri, me permiti viver alucinadamente. Estudei, me esforcei para que o inglês melhorasse a cada dia mais e aqui estou, dizendo que é possível. Você nunca vai saber se algo pode dar certo se não tentar, e tenho dito... tudo pode se tornar melhor, inclusive você enquanto ser humano. 
Passei muitos perrengues, ultrapassei meus limites, chorei e me encantei. Muita gente dizia que os americanos são frios, que eles são calculistas e se aproveitam de você, porque precisam de você e não é porque te amam, nem nada disso. Não é bem por aí. Comecei numa família que se dizia ser das melhores, e de repente me mudei pra outra família americana que superou qualquer expectativa. Uma família judia, tradicional, comida Kosher (marca específica e que segue a tradição judaica), uma criança com autismo (que para muitos é um desafio), uma garotinha esperta e que me deixou de queixo caído váaaaaarias vezes e muito mais. Essa família, que parecia ter defeitos segundo outros, foi perfeita. Me acolheram como filha, cuidaram, se preocuparam e me ajudaram no que eu precisei. Conheci um dos melhores homens do mundo, o meu host. Um cara mil e uma utilidades, que cozinha, que conserta as coisas em casa, que abraça, que beija, que cuida dos filhos, que passa roupa. Um americano que passa roupa é um milagre, acredite. Aprendi tanto, mas tanto, mas tanto com esse cara que só tenho a agradecer a Deus por ter me dado essa oportunidade mesmo que seja por linhas tortas. 
Hoje a nova Au Pair já está aqui, e a sensação de substituição que achei que iria me incomodar horrores, passou longe. Não nasci pra ser substituída ou pra excluir. Nasci pra somar e foi isso que aconteceu. Ajudo no que posso, falo o que posso e multiplico, faço uma soma prática de felicidades. E é assim que tem que ser. Quem soma faz mais gente feliz e se torna mais feliz também. Essa foi a lição mais humilde que os Estados Unidos podia me dar, que a vida podia me oferecer. 
Digo com todas as letras que estou feliz, que sou uma pessoa realizada e que vivi momentos únicos com pessoas que jamais vou me esquecer. Sinceramente, essa é uma vitória e que vou repetir sempre. Obrigada América de cima, obrigada a todos vocês que estiveram comigo. O blog não acaba, se vocês estão pensando nisso. Não vai acabar. A jornada está simplesmente começando. Na verdade, quem não pára sou eu e quero compartilhar mais felicidades e mostrar que é possível vencer, ser feliz ou atingir qualquer outro objetivo que você tenha em mente. Sendo ele bom, que mal tem? A hora de ser feliz é agora. O ontem é um encanto e o amanhã uma viagem... que vai te encantar também. Quem diz que sabe tudo, ainda não aprendeu nada. Semana que vem estou de férias em Miami e volto pra contar pra vocês como foi. 

Hoje é o último dia? Eu sempre vivo como se fosse o último dia. 
O erro é achar que o agora é um problema. Não é e não será. 
"Vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos divertir..."

Um beijo. 

P.S: Girls, I'm gonna miss all of you. So much. I'm sure. =)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Willian (Urânia - SP)

Willian comemorando o gol.


O garoto que veio de Urânia, que era companheiro de bola no famoso Campão está arrebentando no futebol brasileiro e não podia deixar de registrar isso no blog. Uma das maiores alegrias saber que o Willian, filho do Motor que foi um dos caras que acreditou muito em mim também, está mandando muito bem no futebol profissional. Hoje Willian joga no Corinthians e é só orgulho. Segue a matéria da Band, onde até mostraram uma das fotos que eu tava hahaha... Boa sorte garoto! Você merece.      



A foto tirada no começo da carreira, onde acompanhava o time dos meninos e jogava quando o juíz permitia rs. No canto esquerdo sou eu mesma, e abaixado, o terceiro menino é o Willian. Muita saudade dessa época.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Dois anos na América de cima

Final de semana de despedidas, de festas e de Brasil. Na sexta-feira fiz minha despedida com as duas melhores amigas que também retornam ao país de origem, Vanessa (Costa Rica) e Mayra (México). Meus primeiros meses nos Estados Unidos passei em New Jersey, então foi lá que comemoramos. No Egans, o bar que é o ponto de encontro da galera, reunimos cerca de 40 pessoas. CJ veio de Miami pra dizer tchau pra gente, parte de New York e a galera de lá mesmo. Não tenho como explicar com todas as letras as alegrias que passei em New Jersey. O que mais me deixa feliz é que me tornei um elo entre esses dois estados e consegui manter as amizades antigas e persistir nas novas. Os meus amigos, digo em geral, são as pessoas mais surpreendentes. Já era de se esperar que a turma toda aparecesse no bar, afinal nos meus aniversários eles não me decepcionaram e nem em nenhum outro evento que organizei. Eles foram, demonstraram carinho, conversaram sobre tudo e todos e se despediram. A coisa mais estranha do mundo é falar "tchau" pra alguém que você não quer se despedir. Queria chegar no Brasil, ligar pra eles e tomar uma cerveja juntos de novo. Agora fica assim, metade aqui nos Estados Unidos e outra metade no Brasil. Na verdade essa vida de Au Pair me trouxe amigos do mundo inteiro. Alemanha, Costa Rica, México, França, Itália e outros países estão na minha lista. Quero visitar um por um. Nem que seja por um dia, essa amizade merece ser relembrada. 

Depois da despedida em New Jersey fomos pro churrasco da Pigine, amiga de New Jersey que embarca amanhã pro Brasil. Mais uma etapa concluída pra muita gente e o bom de tudo isso é que cada um entende exatamente o que se passa aqui dentro. O coração parece que vai sair pela boca só de pensar em "última semana". É minha última semana de trabalho e confesso não ser nada fácil. Ao mesmo tempo que é necessário arrumar malas é preciso ter o psicológico no lugar e manter o coração aquecido. Vou sentir tanta falta de tudo, ô se vou! 

Domingo foi chave de ouro. Almoço no restaurante brasileiro pra despedida da Erika, outra amiga que embarcou hoje pro Brasil. Depois do almoço, Central Park pra curtir o show da Martnália, a filha do Martinho da Vila. Esse contato com o Brasil sempre anima qualquer um. Além de ver o show de samba, reencontrei a Lisa de Urânia, a cidade que causa um zilhão de piadas aqui nos EUA. Mas Urânia existe gente, é sério. 

Tem tanta coisa passando na minha cabeça nesse momento, nessa última semana que tem horas que acho melhor ficar calada, mas é da natureza... eu não consigo. Tudo o que passei nesse país vai ficar aqui guardado. Já cansei de dizer pra vocês que o blog foi a melhor coisa que eu criei e aqui mantenho o registro de uma viagem realizada com sucesso e de muitas felicidades. O que era dor virou amor e se espalhou pelo mundo. Através do blog fiz amigos e como exemplo deixo a Paty que ao comentar no meu blog, se tornou amiga, veio pra NYC e nos conhecemos nesse fim de semana. Eu digo... destino é destino. Quando você menos espera as coisas acontecem e eis que as coisas fluem. Através do blog dei dicas, mudei o tipo de publicação, comparei Brasil e EUA sem cessar e vou levar toda essa experiência pra quem quiser ouvir. Se tenho do que reclamar? Tenho. Os amigos que não eram amigos e os amores que não eram amores. Interesse, perseguição, falsidade. Tudo o que desejaram de ruim pra minha trajetória, sobre tudo o que me enganaram, sobre as pessoas que foram traiçoeiras, os meus pêsames. Deu tudo muitíssimo certo e agora, nessa terça-feira dia 21 de junho de 2011, completo DOIS ANOS de Estados Unidos. Dois anos morando longe das pessoas que amo e aprendendo a amar outras, dois anos morando longe dos meus melhores amigos e conhecendo outros, dois anos comendo bagel e sonhando com pão francês, todo esse tempo desejando pastel e se contentando com o pastel meia-boca das comunidades brasileiras, dois anos sem a minha mãe (exceto pelos 10 dias de férias no BR), dois anos sem as minhas irmãs, sem meu cunhado-pai, sem todo mundo que me ama nesse Brasilzão. Dois anos pode parecer pouco... experimente passar um mês longe e você vai entender. Dois anos lidando com o idioma que sempre quis falar toda hora. Dois anos de Starbucks e Dunkin Donuts toda semana, dois anos de café aguado. Dois anos de New York City, de Naked Cowboy, de Times Square, Subway, Grand Central, 5th Avenue. Dois anos é muita coisa. Quando completei nove meses comparei com a dor do parto. Agora com dois anos, a dor é outra, mas a felicidade é grande também. Agora a criança já anda e já fala. São 730 dias, 17.520 horas. Tempo suficiente para que os meus amigos do Brasil estejam namorando, casando ou morando juntos. Tempo suficiente para que as pessoas que deixei para trás estejam com rumo tomado, com a vida em ordem. Dois anos é muito tempo. Com um salário baixo e muitos lugares pra visitar, fiz o meu melhor. Consegui visitar lugares maravilhosos e desfrutar o máximo dos Estados Unidos. Ainda volto pra cá, tenho certeza. 

Há dois anos atrás estaria me preparando pra perder o primeiro vôo, o segundo e conhecer as outras 12 brasileiras mais gente fina da face da terra. A camiseta rosa do Au Pair in America estava dominando os aeroportos e nós estaríamos te perguntando "De que tamanho é o seu mundo?". Não deixe de sonhar, não deixe de lutar. Hoje escrevendo esse post te digo com todas as letras EU CONSEGUI! Uma vitória sem tamanho. Você pode falar o que for, pensar o que for, mas só vivendo isso tudo pra entender o que realmente quero dizer. Foi demais Estados Unidos, foi extremamente perfeito. Devo isso à minha família, aos meus familiares e a todas essas pessoas maravilhosas que conviveram comigo. Que venha o Brasil e esse povo que eu amo. Parabéns para as meninas que chegaram até aqui também. Sucesso!