O blog começou em 2009 com o registro de uma vida de Au Pair e se tornou referência para outras pessoas viverem a mesma experiência. O blog me trouxe novos amigos e uma série de acontecimentos que dão orgulho demais. Hoje temos aqui um resumo de textos aleatórios sobre qualquer assunto. Boa leitura!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Ah eu mato!

Hoje acordei, a peguei pelo pescoço, forcei a me deixar. Estava me matando, me sufocando. Tentou ser mais forte que eu, não deixei. Foi uma luta, uma guerra, um arranca-rabo lascado. Ela é uma safada. Aparece nos momentos mais apropriados e tenta me conquistar com fotos, músicas e lembranças. Já disse que aqui ela não fica. Mais esperta do que eu, se escondeu, surgia aos poucos e me conquistava com aquele olhar maroto. Não adianta! Quanto mais pedia pra que ela fosse embora, mais ela se adentrava, sentava e me olhava com um olhar carente e amoroso. Passei horas olhando pra ela e tentando me convencer de que não valia à pena que ela ficasse. Ela não entendia e me perturbava. Disse que não dava mais, que não fazia sentido ficar. Ela gritava, esperneava, me abraçava querendo mais. Quando cansei, deixei de dar corda para que ela continuasse ali parada na minha frente me olhando com carinho e ela sossegou. Ficou parada por alguns instantes enquanto pensava em como matá-la, em como acabar de uma vez com ela. Achei uma solução... Peguei um papel, uma caneta e escrevi. Escrevi sem parar, perdi o fôlego e ela me dizia que não ia embora. Escrevi, escrevi e escrevi e terminei meu texto com a seguinte frase: “Pode ir, volte quando quiser, mas não me faça sentir dor e não me faça sofrer.” Li em voz alta repetidamente sem cessar. Ela saiu pela porta e nunca mais voltou. A saudade se foi e nem precisei matá-la. Que aquela safada não volte, ou na próxima vez eu a mato, com certeza.  

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